A moda agênera são peças de roupa que vão além dos estereótipos de gênero e tem como proposta o conforto e o incentivo a demonstração de personalidade e originalidade do consumidor. Para saber o porquê essa tendência está sendo muito citada, continue a leitura!
A moda agênera, que também pode ser encontrada como moda gendersless, sem gênero ou unissex, vem crescendo nos últimos anos no Brasil e no mundo. Esse aumento pode estar relacionado com a geração Y, os nascidos entre 1980 e 2000, onde as principais características são a desconstrução e a originalidade.
Substantivos que resumem bem essa tendência, além da liberdade que as peças de roupa podem trazer. Fazer com que as pessoas se sintam confortáveis com elas mesmas e com o que vestem, essa é a proposta da moda que não são planejadas para um gênero e sim para quem quiser usá-las.
O termo “moda unissex” veio a tona com o surgimento do movimento hippie, em 1960, onde homens e mulheres compartilhavam o estilo e as roupas naturalmente. Mas voltando mais ainda na história, em 1914, início da Primeira Guerra Mundial, as mulheres começaram a mudar seu estilo. Com a falta de homens para exercer funções que eram destinadas ao público masculino, as mulheres ocupam esses lugares e como consequência, houve uma mudança na moda feminina: de vestidos para roupas práticas e confortáveis.
Logo depois, na década de 20, já com mulheres mais independentes financeiramente, conhecemos a Coco Chanel, que foi uma personagem de grande importância em relação à moda que quebrou padrões. Chanel introduz em seus desfiles, uma moda feminina inspirada no estilo masculino, como calças e blazers. Além do famoso estilo de corte de cabelo curto, que ficou conhecido como “corte Chanel”.
Voltando para os dias atuais, algumas marcas apostam apenas nessa tendência. Entre as marcas brasileiras que mais se destacam podemos citar a Trendt, que logo de início não tinha a moda sem gênero como objetivo, foi apenas uma consequência da sua ideologia. A marca é conhecida pelas suas roupas atemporais, que evita a produção em larga escala para estabelecer uma relação mais íntima com seus clientes.
A marca Isaro, criada pela Isabel Rott, promove o consumo consciente, a qualidade e a praticidade. As peças de roupa possuem um estilo minimalista e com uma pegada da cultura alemã, país que a Isabel morou por um período.
No setor de calçados, a Insecta Shoes se destaca no quesito de autenticidade. Além de unissex, com númeração do 33 ao 45, a marca também traz como ideologia a sustentabilidade, com calçados veganos e fabricados com materiais recicláveis. “CALCE UMA CAUSA”, é o seu lema.
A moda agênera na mídia
Atualmente, temos um estilista que vem sendo muito citado no mundo da moda do Brasil: o Jay Boggo. Além de ser o dono da marca J.Boggo+, é também o nome por trás das peças de roupa do Fiuk, o participante do Big Brother Brasil 2021.
O estilo do Fiuk levantou discussões importantes, como por exemplo o preconceito em relação à moda unissex. Levando em consideração que o participante é um homem hétero e, segundo a sociedade, não deveria vestir roupas tradicionalmente femininas.
Um tema como esse estar em debate em um programa de TV com uma grande audiência, como o BBB, é muito importante. Muitos brasileiros ainda não conseguem iniciar o processo de desconstrução e entender que o todo ser humano possui suas pluralidades. Dessa forma, os espectadores do reality podem começar a refletir em relação a moda unissex e compreender e respeitar a escolha de estilo de cada um.
Além dos homens, o julgamento em relação ao estilo que foge do estereótipo já definido, também afeta as mulheres, que optam por um estilo mais ousado, com roupas largas, mais práticas e confortáveis e que traduzem a sua personalidade. A falta de “feminilidade” no estilo de uma mulher gera comentários machistas e maldosos.
A moda quebra padrões pré-estabelecidos. Cada pessoa possui sua forma de se expressar e de mostrar quem é verdadeiramente. É por essas questões que a moda cumpre um papel importante na história.
ARTIGO ESCRITO POR:
Leticia Beserra da Silva*
Lucas Prearo Vicente*
Mariana de Oliveira Messias*
REFERÊNCIAS:
CECILIO, Bruna. O que é estilo hippie chic e como vestir. Calcathai Blog, 2020. Disponível em: <https://www.calcathai.com/blogs/calcathai/o-que-e-estilo-hippie-chic-e-como-vestir>
Acesso em: 03 de abril de 2021.
DE NOSSA, Gustavo Frank: Estilista que veste Fiuk e história da moda defendem vestido para homens. UOL, 2021. Disponível em: <https://www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2021/03/23/fiuk-e-alvo-de-deboche-por-vestido-o-que-falta-para-homens-usarem-a-peca.htm> Acesso em: 03 de Abril de 2021.
MODA SEM GÊNERO: conheça essa tendência e saiba como usar!. Damyller Blog, 2021. Disponível em: <https://blog.damyller.com.br/moda-feminina/moda-sem-genero-tendencia-como-usar/> Acesso em: 03 de Abril de 2021.
O IMPACTO da Primeira Guerra na indústria da moda. JuliasCloset Blog, 2021. Disponível em: < https://juliascloset.com.br/blog/detalhe/o-impacto-da-primeira-guerra-na-industria-da-moda > Acessado em: 03 de Abril de 2021.
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